Nicosia,Cyprus-Dione youth organisation

Museu Arqueológico de Lefkosia

O Museu Arqueológico de Lefkosia consiste em catorze salas em volta de uma quadrado central, acolhendo escritórios, uma biblioteca, armazéns e salas de estudo e preservação de objetos da coleção, colocados por ordem temática e cronológica. No lado direito da Sala I, encontra-se um conjunto de objetos que testemunham a presença humana na ilha durante o período Neolítico: ferramentas, estatuetas e pequenos recipientes de pedra. O lado esquerda da sala está dedicado o período Calcolítico, no qual coexistiam recipientes (vasos, jarros) de pedra com embarcações de barro, bem como estatuetas em pricolite. Na primeira montra, situada no meio da sala, temos evidências de culto. Na Sala XIII, no rés.do-chão, encontramos estatuetas que ornamentavam o “gymnasium” em Salamis durante o período Romano. Estas esculturas estão acompanhadas por fotografias das escavações terminadas em 1974. Finalmente, na Sala XIV, uma importante coleção de estatuetas em barro datadas de primórdios da Idade do Bronze até ao período Romano, seguindo uma ordem temática. As salas seguintes contêm artefactos e objetos em cerâmica: a Sala II está dedicada a uma preciosa coleção da Idade do Bronze (Inícios), enquanto a Sala III faz referência à evolução da cerâmica deste a Idade do Bronze Média até ao período Romano. Os objetos exibidos revelam a rica tradição cipriota em cerâmica, mas também a herança Micénica, Fenícia e Ática e ainda outros objetos de faiança que tiveram um papel importante na implementação do estilo local de cerâmica. Os vasos micénicos e os vasos Arcaicos produzidos merecem especial destaque. Na Sala IV, estão expostas centenas de estatuetas de barro, que foram encontradas volta de um altar circular no santuário Arcaico de Agia Irini. Na Sala V, apresenta-se a evolução das estátuas desde as influências Egípcias e Assírias. As estátuas Arcaicas, esculpidas em calcário local, foram dando espaço à influência Grega, esculpidas em mármore. A fase posterior das estátuas cipriotas, datada dos períodos Helénico e Românico, está exibida na Sala VI, tendo sido usados cobre e mármore. No centro desta sala, destaca-se a estátua em bronze de Séptimo Severo. A Sala VII está dividida em três secções: a primeira, é dedicada a uma valiosa coleção de objetos em bronze que testemunham o uso frequente deste material que tornou famosa a Antiguidade cipriota. Estes objetos pertenciam a diversas categorias de uso: ferramentas agrícolas, armas de guerra, objetos comerciais e religiosos (Deus Cornudo de Ekgomi). A secção central, alberga exemplares de selos e moedas, representando os reis e reinados cipriotas, bem como o período Ptolomaico na ilha. Por trás das moedas, encontramos dois painéis contendo partes de mosaico que ornamentaram, em tempos, o chão de dois edifícios romanos. Na última secção, estão expostos: joalharia em ouro, recipientes em prata, objetos em vidro e candeeiros deste a Idade do Bronze até à Era Cristã. A Sala VIII, que fica num nível mais abaixo, sob as escadas que conduzem à sala da Metalurgia, foi modificada especificamente para acolher a reconstrução de túmulos datados de 4 mil a.C. até ao século IV d.C. À direita da Sala VIII fica a Sala IX, a qual contém diversos túmulos: estelas esculpidas, sarcófagos de barro pintado e sarcófagos de calcário esculpidos. Em frente, na sala X, está em exibição uma retrospetiva da evolução da escrita em Chipre: desde as primeiras evidências de escrita Cipro-minóica, a objetos da escrita Cipro-silábica e finalmente, à predominância do alfabeto. A Sala XI, no primeiro andar, alberga uma coleção fenomenal de túmulos reais de Salamis, tais como uma cama decorada com pedaços de marfim e vidro, dois tronos e um caldeirão de bronze suportado por um tripé de ferro e decorado nas bordas com bustos de sereias e oito grifos. A Sala XII é a sala das Exibições Temporárias do Museu.

Portão de Paphos

O Portão de Paphos era uma das três entradas para a velha Lefkosia (Nicósia) na muralha veneziana que circundava a cidade velha. Foi projetada pelo famoso engenheiro Giulio Savorgnano em 1567. Fora do portão, a estrada conduz para sudoeste, para a cidade de Pafos, daí o nome atribuído ao Portão. Era também conhecido como “Portão de São Domingos”, pela proximidade da abadia de S. Domingos. O formato deste portão é bastante simples: uma abertura na muralha, encimada por uma abóboda. Durante a ocupação britânica de 1878, uma parte das muralhas, entre este portão e o Bastião de Roccas, foi demolida para criar uma nova abertura. A Esquadra da Polícia de Pafos está situada mesmo por cima do portão original.

 

 

Igreja de Panagia Faneromeni

A igreja de Panagia Faneromeni está localizada na parte histórica da cidade antiga de Nicósia, mais especificamente na Praça de Faneromeni. É uma das igrejas mais antigas da ilha e a maior dentro das muralhas venezianas que cercam a cidade. Crê-se que terá ciso construída em 1222 como parte de um mosteiro cisterciense feminino. Em 1561, a ilha foi conquistada pelo exército otomano e, tal como muitas outras igrejas, o invasor tentou transformá-la numa mesquita. Porém, por alguma razão, os Imams não perduravam (morte prematura) e a igreja acabou abandonada. Em 1715, a igreja teve ser completamente reconstruída devido ao terramoto imenso, tendo sido a nova igreja batizada em homenagem a um ícone da Virgem encontrado nas ruínas da igreja velha. “Faneromeni” significa “apariação” em grego. O aspeto atual da igreja data de 1872. Possui uma abóboda sobre três corredores e uma forte influência latina em diversos aspetos arquitetónicos, tais como as figuras animais com cabeças humanas sobre os escorredouros. Em 1938, foi acrescentada uma capela. O interior da igreja está decorado com frescos pintados pelo artista cipriota Ionannis Kissonergis em 1929, que representam Deus Pai, um ancião, com um halo triangular à volta da cabeça, o símbolo da Divina Trindade. Um painel imenso com 61 ícones foi feito em 1659. Um dos exemplos, é o ícone da Virgem de Faneromeni, que neste momento, é uma cópia, estando o original guardado no Museu Bizantino de Nicósia. É um ícone de Hodegetria considerado uma obra única, com possível data de construção entre os séculos XII e XIV. É possível admirar também as imagens de seis hinógrafos e das suas preces pela chuva em Chipre, colocados sobre a moldura do ícone. Cada ancião deste cenário está aqui colocado para uma litania em honra da Virgem Maria. Esta igreja está também decorada com um trono episcopal esculpido, criado pelo Meste Papadopoulos e uma púlpito atribuído ao escultor Taliozoros. Por cima deste púlpito, temos imagens dos evangelistas criados por Diamantis, o mesmo artista que replicou o ícone da Virgem. Outro objeto digno de atenção nesta igreja é uma cruz de Cristo em prata, que contém pedaços da verdadeira cruz de Cristo e representa cenas da vida de Cristo. No pátio da igreja, para este, temos um mausoléu em mármore que contém as relíquias de bispos e padres assassinados pelos otomanos em 1821. A Escola e a Biblioteca de de Faneromeni estão também localizadas no pátio desta história igreja.

Mesquita de Omeriye

A Mesquita de Omeriye fica situada perto do Mercado Municipal dentro das muralhas da cidade de Lefkosia (Nicósia). A descoberta de diversos túmulos de eremitas agostinhos indica que a Mesquita de Omeriye foi inicialmente um mosteiro da Ordem de Santo Agostinho, dedicada a Santa Maria, e construído no século XIV. Era um dos três maiores mosteiros da cidade na época Lusignano. Ocupava uma área de seis acres, incluindo jardins, pomares, um campo de trigo e cevada e uma plantação de açúcar. A porta principal pertence ao edifício original do século XIV, que teria uma nave (41×11 metros) coberta com vários arcos em abóboda. A igreja teria cerca de 15 metros de altura, fazendo dela o mais imponente edifício medieval de Lefkosia, depois da Agia Sofia. A arquitetura do edifício é bastante simples, com fachadas exteriores robustas e contrafortes. A entrada em arco contém uma decoração esculpida apreciável. Possui também acrescentos de traço renascentista no lado nordeste. O teto e grande parte da estrutura, quase à altura das janelas, foi destruída pelos canhões otomanos, durante o cerco a Lefkosia de 1570. No ano seguinte, o mosteiro foi convertido numa mesquita por Lala Mustafa Pasha, o conquistador da ilha, que acreditava que a igreja estava construída sobre o local onde o Califa Omer repousara quando visitara Nicósia. Dado que a maior parte do edifício original havia sido destruído pela artilharia turca, foram usadas pedras dos túmulos do período Lusignano para o novo chão da mesquita. Foi a primeira mesquita da Nicósia e, na atualidade, é a maior mesquita na República de Chipre.

Palácio do Arcebispo de Chipre

Este palácio é a residência oficial do Arcebispo de Chipre em Nicósia, sendo um palácio construído entre 1956 e 1960, ao lado do Antigo Palácio do Arcebispo do século XVII, segundo o estilo neo-bizantino. O projeto foi assinado por George Nomikos em Atenas, enquanto Nicholas S. Roussos e John Pericleous, de Limassol, foram os responsáveis pelos aspetos arquitetónicos. A escultura em bronze de Makarios III, o primeiro Presidente de Chipre, encontrava-se depositada no chão, estando agora em exposição no Mosteiro de Lykkos. Foi esculpida por Nikolas Kotziamannis e pesa cerca de 13 toneladas com 30 pés de altura. Apesar de o Palácio do Arcebispo não estar aberto ao público, outros espaços estão: o Museu Bizantino, a Biblioteca do Arcebispado, o Museu de Artes Tradicionais e o Museu da Luta Nacional, que lhe são anexos. Catedral de S. João, o Teólogo A Catedral de S. João, o Teólogo, é a igreja principal da igreja cipriota. Está situada em Nicósia, a capital do país, perto do Palácio do Arcebispo. Esta igreja foi construída no século XIV no local da Abadia Beneditina de S. João, o Teólogo, erigida pela Casas de Lusignan. A primeira referência a este igreja surge em fontes que datam do século XI. Devido às frequentes invasões pelos Mamelucos, os Beneditinos abandonaram a ilha em 1426, tendo o mosteiro passado para igreja Ortodoxa, mas mantendo a sua dedicação a S. João, o Teólogo. O Arcebispo Nikiphoros reconstruíu a igreja no século XVII, usando partes das fundações para a reconstrução e colocando mármore na entrada oeste. Uma lage ostenta a data de 30 de abril de 1662, indicando uma possível data de início da reconstrução, estando estabelecido que foi concluída entre 1674. Depois da reconstrução, a igreja tornou-se a residência arcebispal de Chipre, em 1720. Desde então, a entronização dos arcebispos é realizada neste local. É uma igreja pequena, de apenas um corredor, de estilo franco-bizantino, com contrafortes no exterior e um pórtico virado para oeste. Contrastando com exterior modesto exigido pelo domínio otomano, o trabalho em madeira esculpida e a iluminação interior com candelabros são extremamente exuberantes. Estes trabalhos em madeira estão cobertos por folha de ouro, que era uma tradição entre os artesão cipriotas do século XVIII. Esta é também a única igreja de Nicósia onde se mantém os frescos originais integrais. Os quatro ícones fundamentais foram pintados pelo mestre Ionannis Kornaros entre 1795 r 1797. As pinturas murais do século XVIII descrevem cenas bíblicas e a descoberta do túmulo de Agios Varnavas (S. Barnabé) em Salamis.

 

Portão de Famagusta (Pyli Ammochostou)

O Portão de Famagusta é a maior das três entradas para a parte velha de Lefkosi, pelas muralhas venezianas que circundavam a cidade velha. Esta entrada foi desenhada pelo engenheiro Giulio Savorgnano em 1567, recebendo o nome de Porta Giuliana. Esta porta que dá para este, tomou o nome de Famagusta quando abriu a estrada que conduz ao porto mais importante da ilha na altura, o porto de Famagusta. Desde então, este portão tem sido restaurado. Na atualidade, o Centro Municipal Multicultural de Nicósia está situado na imensa passagem e suas salas adjacentes. A entrada interna é impressionante, enquanto a entrada externa abre-se para o fosso que cerca as muralhas.

As muralhas

As primeiras muralhas à volta de Lefkosia (Nicósia) foram construídas pelos Francos no século XIV, abarcando uma área muito maior que a atual muralha veneziana do século XVI, que circunda a cidade velha. Quando os Venezianos ocuparam Chipre, decidiram demolir a muralha franca porque eram velhas e não ofereciam a defesa necessária contra artilharia. Eram também grandes demais e demasiado perto dos montes a oeste e sudoeste da cidade. Em forma de círculo, as muralhas venezianas foram fortificadas por onze bastiões e protegidas por um fosso de 80 metros largura. Foram construídas com tijolos de lama, sendo a parte inferior dos contrafortes em pedra. Quando os otomanos ocuparam Lefkosia, repararam as muralhas e cobriram a parte superior com pedra. A cidades estava ainda confinada às muralhas quando os britânicos ocuparam Chipre em 1878. Nessa altura, foi feita uma abertura na muralha, perto do Portão de Pafos para facilitar o acesso à área circundante. Outras aberturas foram feitas durante o século XX. A área do fosso em volta da muralha possui agora várias funções: campos desportivos, jardins públicos, centro de exposições ao ar livre, parque de estacionamento, etc. As muralhas venezianas de Nicósia possuem uma forma circular, com um circunferência de 5 quilómetros. Possuem onze bastões pentagonais com orelhões circulares, semelhantes aos bastiões de Palmanova. Estes bastiões receberam o nomes de onze famílias, enquanto pilares da aristocracia italiana da cidade, que doaram fundos para a construção da muralha. Os nomes dos onze bastiões são Caraffa, Podocattaro, Constanza, D’Avila,Tripoli, Roccas, Mula, Quirini, Barbaro, Loredan, Flatro. Os bastiões entre Caraffa e Tripoli, localizados na parte sul da muralha pertencem à República de Chipre. Os bastiões entre Roccas e Loredan, norte, pertencem à zona ocupada pela Turquia. O bastião Flastro pertence à zona-Tampão, a cargo das Nações Unidas. A cidade possui três portões: Pafos (ou S. Domingos), Famagusta (ou Juliana) e a Kyrenia (ou Proveditora). Peritos consideram as muralhas uma obra prima da arquitetura militar do século XVI. O seu desenho incorpora técnicas inovadoras, assinalando o início da renascença na construção de fortes. Eis um exemplo: o posicionamento dos portões com bastiões adjacentes, para melhor proteção dos mesmo em caso de cerco, deixando a parte superior da muralha com alvenaria, para melhor absorção do impacto das balas de canhão. Apesar disto, também houve ineficiências, pois as muralhas ainda estavam incompletas aquando da invasão otomana. Mais, os bastiões não têm possuem “piazza-bassa” e as muralhas eram bastante baixas, quando comparadas com outras muralhas contemporâneas, como em Heraklion em Valletta. As fortificação não possuíam também qualquer trabalho exterior.