León, Spain-Aspaym Castilla y León Foundation

Catedral de Léon

A Catedral de Santa Maria de la Regla de Léon é um templo católico, bem como a sede episcopal da diocese de León, consagrada à Virgem Maria. Foi o primeiro monumento declarado em Espanha por Ordem Real a 28 de agosto de 1844. A sua construção foi iniciada no século XIII, sendo um dos mais representativos trabalhos em estilo gótico, com uma influência francesa. É conhecida pelo diminutivo de “Pulchra leonine”, que significa “Bela Leonesa” fazendo também parte do Caminho de Santiago. A catedral de León é conhecida por levar ao extremo a “desmaterialização” da arte gótica, isto é, a redução das paredes ao mínimo da sua expressão, permitindo a aplicação de vitrais. Aliás, este monumento possui a maior coleção de vitrais medievais do mundo. Originalmente, foi neste local onde se situa a catedral que a VII Legião Gémeos (Gemini) teria os seus banhos termais, alias, bem maiores que o edifício atual. Durante a Reconquista cristã, este banhos romanos foram transformados num palácio real. Porém, em 916, o rei Ordoño II, recém-chegado ao trono de León, que acabara de derrotar os árabes na batalha de Esteban de Gormaz, decidiu prescindir do seu palácio para que se construísse uma catedral. No século XIX, durante um restauro de grandes proporções, foram descobertas as ruínas destes banhos sob a catedral e, em 1996, mais vestígios foram encontrados junto da fachada sul. Subsistem ainda alguns destes edifícios primitivos, sendo visíveis porções de azulejos, tégulas e cerâmicas, em exibição no museu da catedral. Outros, como o hipocausto (sistema central de aquecimento dos banhos romanos), estão ainda por baixo da catedral A catedral de Léon é, como referido acima, conhecida pela sua coleção de vitrais. São originais na sua maioria, muito bem preservados, o que é inusitado para uma catedral construída entre os séculos XIII e XVI. Crê-se que a técnica dos vitrais tenha tido a sua origem na cultura muçulmana, tendo sido continuada pelos artistas cristãos ao longo do século XI, as caindo em desuso durante a Idade Média. Neste período, imensos vitrais foram retirados das igrejas. Tratando-se de tão frágil material, todas as coleções atuais são cuidadosamente preservadas. Sobre a Porta de San Juan, pelo lado de dentro, está pendurada uma pele, em forma de quilha, que a tradição leonesa diz ser a “maléfica toupeira”. Segundo a lenda, uma toupeira destruía durante a noite os trabalhos realizados de dia durante a construção da catedral. Na verdade, esta construção enfrentou diversos obstáculos, como por exemplo, terreno instável sobre o qual já haviam sido feitas várias construções. Na verdade, o que está exposto neste local, segundo estudos dos anos 90, é o couro da carapaça de uma tartaruga, de origem desconhecida.

 

Palácio dos Guzmanes

O Palácio dos Guzmanes é um edifício renascentista do século XVI localizado na Praça de San Marcelo, perto da Casa Botines, na cidade de Léon, Espanha. O seu desenho é atribuído ao mestre Rodrigo Gil de Hontanõn, embora Juan de Ribero Rada tenha sido encarregue da sua execução. Mesmo inacabada, é o mais importante palácio na cidade. Já no século XX, a Delegação Provincial de León assumiu a conclusão das obras no sentido de ocupar o palácio, o que acontece no momento presente. A ordem de construção foi dada por D.Ramiro Nuñez de Guzmán, um antigo líder “comunero” (plebeu), num terreno pertença da sua família. A família Guzmán era uma das mais antigas linhagens de León e uma das mais influentes casas nobres. D. Ramiro tirou proveito da localização das casas num zona importante da cidade, para ali construir o seu palácio. Um edifício que se destacasse da paisagem urbana, pelas suas dimensões e pela sua opção estética: Renascença ou semelhante ao estilo romano. Para tal, entregou a obra a um dos maiores desenhadores da altura, Rodrigo Gil de Hontanõn, que projetou um edifício retangular com um pátio interior, que teria de estar enquadrado com as linhas da rua e com a fachada principal virada para a praça. A fachada virada para a Praça de San Marcelo foi construída em 1566. Era intenção do ordenante que o palácio fosse visível a grande distância, demonstrando assim o poder e a posição da linhagem dos Guzmanes na cidade. Para tal, foi conseguido um acordo com o Conselho da Cidade para que os terrenos circundantes estivessem livres de construções para permitir o alargamento da praça. Assim, várias casas privadas foram adquiridas de forma a aumentar a área da praça. No final do século XVI, os trabalhos foram interrompidos e o palácio permaneceu incompleto. Duas das suas quatro alas haviam sido já erigidas: a da fachada principal e a do pátio. Apesar disto, foi a residência principal da cidade e serviu até de alojamento aos reis da Áustria em 1602, Filipe III e Margarida. Porém, nesse mesmo século, o palácio deixou de ser habitado pela família, tendo entrado em decadência. Nos anos de 1654 r 1656 foram feitos trabalhos de recuperação nos telhados, nas cornijas e no pátio, por exemplo. O palácio teve de esperar pelo século XIX para ser detido o processo de decadência em que se encontrava. Em 1940, o Governo Provincial alugou parte do edifício para aí colocar escritórios, procedendo a obras parciais. Finalmente, em 1981, o Conselho Provincial de León adquiriu o palácio aos seus donos atuais, os Condes de Peñaranda de Bracamonte. Deste Palácio dos Guzmanes, destaca-se a fachada, com a sua porta decorada com colunas iónicas e duas esculturas de soldados ostentando o brasão da família. No segundo pisco, as janelas com vitrais e a varanda presidencial sobressaem de forma única. No terceiro piso, podemos ver um conjunto de arcos separados por pilares ao estilo coríntio. Outro aspeto importante do palácio é o seu pátio interior: um pequeno espaço interior ladeado por uma galeria de arcadas, sobre as quais existem belíssimos vitrais. No centro do claustro, existe um poço profusamente decorado.

Basílica de San Isidoro

A Real Colegial Basílica de San Isidoro, ou simplesmente, San Isidoro de Léon é um templo cristão situado na cidade de León, sendo um mais representativos exemplos do estilo Românico em Espanha, pela sua história, arquitetura, escultura e também pelos seus sumptuosos objetos preservados. Como particularidade, possui um Panteão Real situado no fundo da igreja, com murais pintados aos estilo românico e colunas originais, um cenário único da época. Este complexo foi construído e alargado durante os séculos XI e XII, tendo sido dedicado a San Pelayo inicialmente, embora se pense ter havido um templo romano neste mesmo local. Com mudança das relíquias de San Isidoro, Bispo de Sevilha, Doutor de Espanha, para León, foi mudada então a designação do edifício. A igreja e mosteiros conhecidos como Basílica de San Isidoro têm a sua origem cerca do ano de 956, perto do local onde estava instalada a VII Legião Romana Gemini (Gémeos), a noroeste, onde uma parte considerável da fortaleza está em bom estado de conservação. A parte ocidental foi acoplada e sobresposta este edifício. Importantes vestígios romanos foram também detetados sob os edifícios da igreja colegial e retirados: grossas paredes, esgotos, cerâmicas, tégulas, condutas de latrinas, com o selo da VII Legião. A igreja foi construída pelo rei Sancho I de León, deixando nenhumas reminiscências do período visigótico nem do período árabe nem da reconquista cristã. As primeiras referências em crónicas e documentos aparecem pelos meados do século X, indicando que a igrejas de San Juan e San Pelayo estavam a ser construídas. Através dos séculos e até ao século XXI, foi sendo transformada física e espiritualmente, passando por fases de grande esplendor e fases de declínio. Estas foram fase de grande carga histórica durante as quais a influência de reis ou famílias importantes se fizeram sentir. A igreja mantém alguns vestígios românicos da primeira construção por Fernando I e D. Sancha: o Panteão e as duas portas da fachada norte, chamadas Porta do Cordeiro e Porta do Perdão, mais a Porta Capitular, a norte, que são assim as manifestações do românico nos territórios leoneses. Com o tempo, foram feitas alterações em estilos gótico, o renascentista e barroco. No lado sul, temos a Porta do Perdão, que recebeu este nome por ser a porta através da qual os peregrinos passavam, no Caminho de Santiago, para obterem as indulgências e o perdão para os seus pecados. Pertence ao fim do período românico, sendo os seus relevos atribuídos ao mestre Esteban, que trabalhou nas Catedrais de Pamplona e Santiago de Compostela. Foi construída depois da Porta do Cordeiro. Mestre Esteban esculpiu pela primeira vez um conjunto de temas evangélicos que seriam depois reproduzidos na Catedral de Compostela, na Catedral de Santa Maria de Pamplona e também na Catedral de Toulouse, em França. Um cornija axadrezada divide esta fachada em duas secções. Na parte superior, existem três arcos semicirculares, com os laterais sendo arcos cegos. As colunas ao centro são geminadas, com as bases em forma de garras. A janela central possui uma grade românica.

O Mosteiro de San Marcos

O mosteiro de San Marcos é uma das jóias da arquitetura da cidade espanhola de León, a par da Basílica de San Isidoro e da Casa Botines. Atualmente, é um hotel, bem como uma igreja consagrada, albergando também o Museu de León. É um dos mais importantes monumentos do renascentismo espanhol. As origens do edifício remontam ao século XII, no reinado de Alfonso VII de León, quando a sua irmã, a Infanta Sancha Raimundez, fez em julho de 1152, um donativo para a construção de um modesto edifício nos arrebaldes da cidade. Seria nas margens do rio Bernesga, onde o “pobres de Cristo” poderiam ficar, tornando-se mais tarde num hospital-templo para refúgio dos peregrinos a caminho de Santiago. Assim, também o edifício se tornou a residência principal da Ordem de Santiago no reino. Em 1176, foi elegido o primeiro prior e, em 1184, foi enterrado na igreja D. Pedro Fernandez de Castro, primeiro Mestre da Ordem. No século XVI, o edifício medieval encontrava-se em declínio, acabando por ser demolido e substituído por outro, sob a égide do rei D. Fernando, o Católico, em 1514. Os arquitetos foram Juan de Orozco, para igreja; Martin de Villareal, para a fachada e Juan de Badajoz, para o claustro e sacristia. Porém, os trabalhos apenas se iniciaram no reinado de Carlos I. É sabido que fachada principal foi construída em 1537 e a igreja consagrada em 1541. Nos anos seguintes, Orozco construiu as esculturas da fachada, deu início ao coro, e, em 1549, Juan de Badajoz terminou a sacristia, dentro da qual se encontra o túmulo do Bispo Juan de Quiñones de Guzman. Esta estátua orante é atribuída a Esteban Jordan. Os trabalhos foram suspensos em 1566, pela transferência da comunidade para Calera e depois para Mérida, porém, o regresso dos frades a San Marcos em 1602, deram um novo impulso à continuidade dos trabalhos. Em 1615, foi construída a escada e, em 1679 foi completado o coro. Finalmente, entre 1711 e 1715, foi acrescentada uma parte imensa ao edifício, desde a entrada principal, até ao rio, terminando a torre palaciana. Esta nova parede imita na perfeição a construção do século XVI, quase nem se notando quaisquer diferenças entre as duas metades da fachada. Tal como referido, é um dos mais importantes momumentos renascentistas de Espanha. A sua fachada é é considerada uma pérola do plateresco: uma composição única com dois andares, encimada por uma crista trabalhada e castiçais. O primeiro nível possui janelas semi-circulares e pilares platerescos. O segundo ostenta as varandas e as colunas balaustradas. Nos medalhões estão representados personagens da tradição greco-latina e da história de Espanha: Hércules, Príamo, Heitor, Alexandre Magno, Aníbal, Júlio César, Trajano, Judite, Lucrécia, Isabel “a Católica”, Carlos Magno. Bernardo del Carpio, El Cid, Fernando “o Católico”, Carlos I e Filipe II. No topo, são visíveis cabeças de anjos. A torre palaciana foi construída entre 1711 e 1714, estando decorada com a cruz de Santiago e um leão, além de quatro frisas com entablamentos. A cobertura e a entrada principal possuem duas partes com uma crista plateresca, embora tenham sido acrescentados elementos barrocos no século XVIII. O primeiro nível possui um largo arco semicircular com uma rosácea decorada representando San Marcos. Temos também medalhões representando inscrições bíblicas e um alto-relevo de Santiago triunfante na batalha de Clavijo. Possui uma abertura de estilo barroco, com as armas de Santiago e do Reino de León. Estes escudos e uma estátua da Fama estão colocadas na crista. Abaixo, temos a rosacea.

O Palácio do Conde Luna

O Palácio do Conde Luna é um monumento situado na cidade espanhola de Léon e foi construído no século XIV por ordem de Don Pedro Suárez de Quinõnes e sua esposa Doña Juana González de Bazán, na zona sul da velha muralha romana. Deste velho palácio, encontra-se preservada a estrutura central da façada com os seus três andares renascentistas, feita em pedra de silhar com cerca de onze metros de largura. A cobertura é gótica com o seu lintel sobre as cachorras, um arco pontiagudo sobre o tímpano, tudo envolvido por uma moldura modelada. Foi, durante muitos anos, a sede do Quartel da Santa Inquisição e do Banco de Espanha, bem como um armazém de fruta, um bar e até uma agência funerária, até que, em 1931, foi declarado Monumento Histórico Nacional. No mais recente restauro, os arquitetos optaram por destacar a intervenção ao invés de reconstruir tal como antigamente. Por esta razão, a aparência atual (ainda incompleta) combina uma parte mais recente com a parte antiga original. Este edifício pertence à Fundação Álvarez Carvallo, tendo sido cedida ao Conselho da Cidade em 2002 para os próximos 75 anos, pelo valor simbólico de 1€ de renda. Entretanto, os trabalhos de restauro foram já terminados, tendo sido planeado instalar neste edifício o Museu da Semana Santa de León, algo muito desejado, que todavia não aconteceu. Assim, os seus salões nobres recebem exposições temporárias. A torre será, brevemente, a sede da University of Washington e também da Fundación Léon Real. Este Palácio do Conde Luna é, efetivamente, um monumento emblemático. Entre os vestígios, encontramos um portal em pedra do século XIV, que ostenta o brasão da armas de Pedro Suárez de Quiñones e da família da esposa Doña Juana Bázan, abaixo de um arco pontiagudo. Possui também uma varanda com um arco pontiagudo e três janelas ladeadas por colunas e capitéis corintíos, todos pré-românicos e construídos nos primórdios da era medieval. Dentro, existem dois quartos cujos tetos estão amplamente trabalhados ao estilo Mudejar.

 

O Bairro Humedo

O quarteirão do Bairro Humedo é o centro histórico da cidade de León, localizado no coração da cidade. Surgiu cerca de 29 a.C., enquanto acampamento militar da VI Legião Vitrix, numa área contida entre os rios Bernesga e Torío, perto da cidade asturiana de Lancia. Decorriam as Guerras Cantábricas. A partir de 74 d.C., este local foi ocupado pela VII Legião Gemini, que permaneceu na região de León até inícios do século V. A cidade pertencia o Convento Asturum (região), com sede em Asturica Augusta e parte integrante da província romana de Terraconense. No século III, foi integrada na província da Gallaecia (Galiza). Após o período romano, a cidade pertenceu aos reinos Suevo e Visigodo. A falta de vestígios arqueológicos entre os séculos VI e VIII, indicam que terá sido um período de imensa redução da atividade urbana. Porém, descobertas de cerâmicas do período Cordoba Umayyad, na Porta Obispo, revelam que a cidade não estava completamente abandonada, pelo contrário, possuiria uma população estável. Léon foi conquistada pelos Muçulmanos no ano de 712, no entanto, em 846, um grupo Moçarabes tentou repovoar a região com cristãos. Até aí, a cidades estivera como que “dormente”, se bem que, bem no meio do conflito. A tentativa foi rechazada pelos Muçulmanos. Em 853, o rei Ordoño I integrou a cidade no Reino das Astúrias, repovoando-a com sucesso. Foi Ordoño II, que subiu ao trono pela morte do seu irmão Garcia, que a cidade se tornou a capital das Astúrias e, mais tarde, do Reino de León. Foi durante este reino que a cidade de León cresceu, tendo o Caminho de Santiago tido um papel importante, por ser um meio de circulação de pessoas, mas também de ideias, cultura e arte da Idade Média. No século XII, o geógrafo e viajante árabe Edrisi escreveu o seguinte sobre León: “Aqui de fazem bom comércio. Os seus habitantes são poupados e prudentes.” Temos também informação sobre Léon em vários códices, incluindo o Codex Calixtinus, um manuscrito que contém, entre outras informações, como os peregrinos aqui se detinham no caminho para Compostela. Com tudo isto, a cidade foi crescendo para fora das suas muralhas, em cuja Porta Moneda os peregrinos entravam. O centro histórico de Léon é um quarteirão preenchido por ruas medievais estreitas e irregulares e uma alta densidade de edifícios estreitos com múltiplas varandas e janelas. A maior parte dos monumentos da cidade encontram-se neste quarteirão, esta que é a área mais movimentada da cidade: a Calle Ancha. Temos a sua mais provável origem na “cannaba” romana, onde viveriam os mercadores que levavam os produtos da cidade para a zona rural. Um dos locais mais emblemáticos é La Rúa, em tempos a rua mais comercial, ligando a Calle Ancha à Praça de San Francisco, fora das muralhas. Contudo, a vida do bairro concentra-se nas Praças de San Martín e Praça Mayor, onde se encontram a maioria dos hotéis e clubes noturnos. É também a área das “Tapas”, onde cada bebida é acompanhada por exemplares grátis da gastronomia local, tal como salsicha leonesa. No presente, o Bairro Humedo é conhecido pela sua vasta oferta de hotelaria e lazer na cidade, possuindo mais restaurantes por metro quadrado que qualquer outra cidade espanhola. Aí, podemos encontrar as mais diversas pousadas, restaurantes, tabernas e bares de Tapas, nos quais se pode provar as iguarias gastronómicas da província.

 

A Praça del Grano

A Praça de Grano situa-se na cidade velha de León. É conhecida popularmente como Praça del Grano, porém, o seu nome correto é Praça de Santa Maria del Camiño, localizando-se por trás da igreja que leva o mesmo nome. Com o seu tradicional pavimento de “calçada portuguesa”, deve o seu nome ao fato de neste local se venderem, na época medieval, os grãos e outros produtos campestres. Possui também outras funções: era o local onde as ordens governamentais eram anunciadas, ou então, a praça de touros. Na atualidade, acolhe o mercado medieval e as festas de San Froilán, com os seus carros decorados. O seu chão é irregular e, em tempos, possuiu pórticos e arcadas que foram sendo substituídos e eliminados. No centro da praça, encontramos uma fonte representando a confluência dos dois rios que atravessam a cidade: Bernesga e Torío. Esta fonte, inaugurada em 1769, e situada em frente à Igreja de Nossa Senhora do Mercado, possui uma forma quadrada, sobre um pedestal de pedra. Possui també, uma coluna com uma base ática e um capitel decorado com folhas de acanto e degraus ao centro. No alto, são visíveis dois escudos da cidade. À volta coluna, temos também duas crianças em estilo barroco com braços atrás das costas e ostentando uma máscara de leão. Água escorre para uma taça escondida por duas conchas. As esculturas são atribuídas a Don Félix de Cusac a ao seu assisente Don José Velasco. Ao lado da esculturas, temos uma segunda escultura, desta feita, uma cruz em pedra sobre uma base quadrada na qual os confrades de Santa Maria cantam “in sabato” um Louvor ao Senhor. Esta cruz foi também o pilar, onde, segundo lenda, a Virgem Maria apareceu no dia 9 de fevereiro. Os séculos contemplam a Praça Del Grano em León, um dos locais mais leoneses na sua essência e também um dos mais admirados e estimados. Devido também aos seus selos em pedra, que foram usados noutros espaços públicos da cidade e acabaram perdidos, estes são os que alcançaram o século XXI. A aviação nazi da Legião Condor atravessou esta praça durante a Guerra Civil Espanhola, com a intenção de destruir a sua pedraria com as suas motorizadas e os seus camiões, perante a alegria dos leoneses da época. Tal era o desdém também por parte da municipalidade que, apenas em março de 1971, por ordem da ditadura franquista foi dada uma recusa às pretensões do presidente camarário Manuel Arroyo Quiñones de ali colocar um monumento aos “Caídos” por Deus e pela Espanha. Esta recusa foi dada pela Direção Geral das Belas Artes. Madrid teria mais condições para receber tal monumento, além de, assim, se preservar as “memórias históricas deste local, sem quais desfigurações da sua imagem e caraterísticas”.